O lixo mora ao lado
Acúmulo de lixo em terreno no Areal tira sono de moradores
O primeiro pedido de limpeza do local foi há 12 anos
Atualizada às 13hmin
Em época de campanhas acirradas de combate à dengue, chikungunya e ao zika vírus., difícil acreditar que numa rua próxima ao centro de Pelotas um verdadeiro depósito de lixo possa ainda existir. Mas existe e fica no final da Francisco Brochado da Rocha, a 100 passos da avenida Domingos José de Almeida, principal via do bairro Areal. Com tanto entulho, para decifrar a frente da residência somente um engenheiro. Mas a situação parece estar chegando ao fim.
Depois de 12 anos reclamando, o aposentado e vizinho do lixão, José Antônio Campos Maffi, finalmente viu a esperança no fim do túnel. Em meio à papelada, com pedidos para que a prefeitura limpasse o terreno (o primeiro remonta a 2004) e processos judiciais, ele ouviu na manhã desta terça-feira (26) os primeiros acordes produzidos pelo facão do roçador Gabriel Lacerda Rodrigues, 35 - contratado pelo proprietário da casa para dar um "jeito" na sujeira. "Mas acho que vai precisar de uns cinco caminhões para levar tudo isso embora", calculou. Tarefa para a prefeitura.
Com semblante desolado por não saber onde começar a retirar a sujeira, Rodrigues conta que o proprietário emprestava a casa para um sobrinho. Este, segundo o funcionário, trabalhava como reciclador. "Mas isso aqui não parece ser lixo a ser reutilizado." A reportagem contou pelo menos dez carcaças de fogão a gás, uma máquina de lavar roupa, porta de geladeira, ventilador de teto, máquina de cortar grama e centenas de garrafas pet e sacos plásticos.
Visitas
Ao longo desse 12 anos de batalha, Maffi conta que a circulação de ratões e centopeias são frequentes. Ele abriu sua casa para a reportagem constatar o que ele vê todos os dias quando acorda: uma casa abandonada, com o matagal tomando conta. "O complicado é manter os mosquitos longe da minha residência." Na documentação entregue à prefeitura, o vizinho do lixão relaciona ainda o acumulo de madeiras e tijolos, capazes de tapar meia porta (que mede 2,1 metros).
Controle
Segundo os moradores, os agentes de endemia do Setor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde já estiveram no local.
De acordo com o gerente de Vigilância Ambiental, Leonardo Raffi, o procedimento dos agentes é entrar na residência quando o morador é encontrado, fazer coleta de um possível foco e, claro, orientar o morador a evitar a proliferação de mosquitos. Quando não conseguem localizar o proprietário de uma casa ou terreno, ele é notificado.
No caso de áreas com acúmulo de lixos é necessária criação de força-tarefa que reúne servidores de secretarias como Serviços Urbanos, Qualidade Ambiental e também do Sanep para executar serviços necessários, como roçado, recolhimento de lixo e entulhos. Uma operação ocorreu semana passada no bairro Fragata. A próxima está prevista para a semana que vem. O local não foi definido.
O que pode ser feito
O diretor executivo da Secretaria de Serviços Urbanos de Pelotas, Jeferson Dutra, garante que uma equipe irá verificar o local e adotar as medidas necessárias. Ele explica que quando o material está em via pública, a tarefa de recolher é da prefeitura. No entanto, com o trabalho da força-tarefa, moradores estão sendo orientados a colocar os entulhos na rua para receberem um destino. "Isso acarreta custos e demanda. Mas ação no momento é de combate aos mosquitos transmissores de doenças", justifica.
Sobre a inauguração do Ecoponto Municipal, local de coleta de materiais recicláveis da cidade, ainda não há uma data definida. Segundo Dutra, faltam arremates na calçada, iluminação e nas grades. O local não está apto a receber materiais "brancos", como fogões e geladeiras, mas uma licença que permite o acolhimento desse tipo de material está a caminho.
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